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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

domingo, 27 de janeiro de 2013

TRAGÉDIAS COLETIVAS: POR QUÊ?




Suely Caldas Schubert

A dolorosa ocorrência da queda do avião da TAM, que ia de São Paulo para o Rio, causando a morte de quase cem pessoas, traz novamente, de forma mais intensa e angustiosa a pergunta: por quê? por que acontecem essas tragédias coletivas? Outras indagações acorrem à mente: por que alguns foram salvos, desistindo da viagem ou chegando atrasados ao aeroporto? Por que alguns foram poupados e outros receberam o impacto da queda do avião em suas casas ou na rua?

Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de conseqüência, consolam os corações humanos.

Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel pois desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito.

Ante tragédias como essa mais recente, ou como outras de triste memória: o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo; o incêndio no circo em Niterói; outros desastres de avião; terremotos; inundações; enfim, diante desses dramáticos episódios a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade. Chega-se ao ponto de comparar-se o Criador a um pai terreno e, nesse confronto, este sair ganhando pois zela pelos seus filhos e quer o melhor para eles, enquanto que Deus...

O Codificador do Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 737 a 741, que recomendamos ao atencioso leitor.

Nos últimos tempos a Espiritualidade Amiga tem-se pronunciado a respeito das provações coletivas, conforme comentaremos a seguir.

Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorre espantosa tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e domadores com os animais. Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero.

Essa dramática ocorrência, que comoveu o povo brasileiro, motivou a Espiritualidade Maior a trazer minucioso esclarecimento, conforme narrativa do Espírito Humberto de Campos, inserida no livro "Cartas e Crônicas" (ed. FEB), cap. 6.

Narra o querido cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos. Por isto a matança destes era constante e terrível. Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados.

Inventavam-se novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas.

Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador. As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos.

Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: -"Cristãos às feras!" Todos aplaudiram a idéia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo. Todos gargalhavam imaginando a cena. O plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria.

Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia do circo, em Niterói.

Uma outra tragédia também mereceu dos Benfeitores Espirituais vários esclarecimentos.

Por ocasião do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido no dia lº de fevereiro de 1974, o médium Francisco Cândido Xavier, em seu lar, em Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores Espirituais para as vitimas .

Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro "Diálogo dos Vivos".*

Dias depois, em reunião pública, na qual estavam presentes alguns familiares de vítimas do incêndio do Joelma, os poetas Cyro Costa e Cornélio Pires (Espíritos) manifestaram-se pela psicografia, ditando ao médium sonetos referentes à tragédia.

O soneto de Cyro Costa traz uma dedicatória e o transcrevemos, tal como está, no citado livro "Diálogo dos Vivos" (cap. 26, pág. 150):
Luz nas chamas

Cyro Costa

(Homenagem aos companheiros desencarnados no incêndio ocorrido na capital de São Paulo a 1º de fevereiro de 1974, em resgate dos derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas.)

Fogo!... Amplia-se a voz no assombro em que se espalha.
Gritos, alterações... O tumulto domina.
No templo do progresso, em garbos de oficina,
O coração se agita, a vida se estraçalha.

Tanto fogo a luzir é mística fornalha
E a presença da dor reflete a lei divina.
Onde a fé se mantém, a prece descortina
O passado remoto em longínqua batalha...

Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras
Combatentes da Cruz em provações austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos.

Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória...
Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória
Das Milícias do Céu saudando os redimidos.

Tecendo comentários sobre o soneto de Cyro Costa, Herculano Pires (no livro retrocitado),

pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica. Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas. Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã. Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. Tal como o do circo em Niterói. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida, pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez.

Vejamos agora o outro soneto (cap. 27, pág. 155):
Incêndio em São Paulo

CORNÉLIO PIRES

Céu de São Paulo... O dia recomeça...
O povo bom na rua lida e passa...
Nisso, aparece um rolo de fumaça
E o fogo para cima se arremessa.

A morte inesperada age possessa,
E enquanto ruge, espanca ou despedaça,
A Terra unida ao Céu a que se enlaça
É salvação e amor, servindo à pressa...

A cidade magoada e enternecida
É socorro chorando a despedida,
Trazendo o coração triste e deserto...

Mas vejo, em prece, além do povo aflito,
Braços de amor que chegam do Infinito
E caminhos de luz no céu aberto...

Tecendo comentários sobre o soneto de Cyro Costa, Herculano Pires (no livro retrocitado), pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica. Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas. Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã. Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. Tal como o do circo em Niterói. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida, pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez.

Vejamos agora o outro soneto (cap. 27, pág. 155):
Incêndio em São Paulo

CORNÉLIO PIRES

Céu de São Paulo... O dia recomeça...
O povo bom na rua lida e passa...
Nisso, aparece um rolo de fumaça
E o fogo para cima se arremessa.

A morte inesperada age possessa,
E enquanto ruge, espanca ou despedaça,
A Terra unida ao Céu a que se enlaça
É salvação e amor, servindo à pressa...

A cidade magoada e enternecida
É socorro chorando a despedida,
Trazendo o coração triste e deserto...

Mas vejo, em prece, além do povo aflito,
Braços de amor que chegam do Infinito
E caminhos de luz no céu aberto...

A idéia de que um ente querido tenha cometido crimes tão bárbaros às vezes não é bem aceita e muitos se revoltam diante dessas explicações, mas, conhecendo-se um pouco mais acerca do estágio evolutivo da Humanidade terrestre e do quanto é passageira e impermanente a vida humana, a compreensão se amplia e aceitam-se de forma mais resignada os desígnios do Criador. Por outro lado, que outra explicação atenderia melhor às nossas angustiosas indagações?

Estas orientações do Plano Maior sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado. A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em comprometimentos graves. A culpa, insculpida na consciência, promove a necessidade da reparação.

O Codificador leciona de forma admirável a respeito das expiações, em "O Céu e o Inferno" (Ed. FEB), cap. 7 - As penas futuras segundo o Espiritismo. Esclarece que "o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem".

Assim - expressa Kardec -, as condições para apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: arrependimento, expiação e reparação.

"O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.

Este o notável Código penal da vida futura, que tem 33 itens e que apresenta no último o seguinte resumo, em três princípios:

"lº O sofrimento é inerente à imperfeição.

2º Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.

3º Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a felicidade futura.

A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina."

Portal do Espírito
* XAVIER, Francisco Cândido e PIRES, J. Herculano. Espíritos Diversos, cap. 25, p. 145, 1ª ed. da GEEM, São Bernardo do Campo (SP) - 1974. (Transcrita na página seguinte.)

REFORMADOR - FEVEREIRO de 1997

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

::: COMUNICAÇÃO NOS SONHOS :::






Yoku Kanayama

Segundo o próprio Alan Kardec escreveu, os espíritos podem aparecer em nossos sonhos para nos dar avisos e instruções. Nessa matéria, contamos alguns casos que ilustram essa situação e nos dão idéia das opções que estão ao nosso alcance.

“Sonhos: segundo a doutrina espírita, durante o sono, quando o corpo está repousando, em completo relaxamento, a alma fica livre e mais suscetível de entrar em contato com os desencarnados. Por meio dos sonhos, os espíritos amigos aproveitam a oportunidade para entrar em comunicação: dão conselhos, avisos e chegam até a fazer tratamento de saúde. Nos sonhos, os espíritos geralmente se utilizam de uma simbologia na comunicação com os encarnados, com a precípua finalidade de não nos afligir com suas revelações. Precisamos aceitar suas mensagens com respeito e credibilidade, pois eles não vêm nos prevenir sem uma razão muito forte” (Texto extraído do livro Histórias de Alma, de Lygia Taranto Prestes de Mello, página 24).

Essas mensagens ou sugestões poderiam ser “sopradas” aos encarnados, que as receberiam sob forma de inspiração ou idéia; mas nem sempre eles captam tais intenções, a não ser que sejam médiuns bem desenvolvidos. Daí a necessidade de utilizar-se o momento em que o corpo está descansando e o espírito está em desdobramento para essa finalidade, pois assim o intento será mais eficiente. O risco que se corre é do encarnado não se lembrar do sonho. Dessa forma, muitas vezes, os espíritos evoluídos energizam certas glândulas para que o esquecimento não ocorra.

A literatura espírita é farta na exemplificação desse tipo de contato por meios dos sonhos. Vamos apresentar dois deles, a título de ilustração. O primeiro foi extraído do livro Histórias de Alma, de Lygia Taranto Prestes de Mello.

A narradora se refere ao falecimento, em 1971, de uma mulher chamada Maria Cantora, o que causou grande sentimento na família. Em 1973, Helena, irmã da autora da história, teve um sonho que impressionou a todos. Nele, ela se levantava de sua cama e, sobre uma mesa da sala, encontrava um envelope endereçado ao dr. Antônio Alves Taranto, com uma carta que dizia: "Meu caro amigo dr. Taranto, em breve virei buscá-lo. Assinado: Maria Cantora."

Impressionada com o sonho e imaginando que ele se referia ao seu pai, Helena falou com sua irmã, que a tranqüilizou. Disse que deveria ser um aviso, mas que não devia se preocupar, porque o pai estava bem de saúde, e o "em breve", utilizado por Maria Cantora, podia significar, no plano espiritual, um tempo mais extenso do que na Terra.

Seja como for, o fato é que o pai delas teve de se submeter repentinamente a uma operação. Ficou quinze dias hospitalizado e recebeu alta do médico, pois já estava quase bom. No entanto, um dia antes de ter alta, ele começou a passar mal e faleceu.

Na Vida Maior

Outro exemplo pode ser encontrado num trecho do livro E a Vida Continua, do autor espiritual André Luiz, psicografada pelo saudoso médium Chico Xavier.

O texto refere-se a Mariana que, em desdobramento espiritual durante o sono, entrou numa sala onde a esperavam alguns amigos, um deles Ribas, seu orientador espiritual. Ele apresentou-lhe Evelina e Ernesto, dizendo a Mariana para guardar na lembrança a imagem de Evelina, que deveria ajudá-la na próxima gravidez.

Voltando-se para Ribas, Mariana lhe disse que cumpriria a vontade de Deus, recebendo mais um filho, e aguardava sua proteção. Continuou: "Joaquim, meu esposo, está mais fraco, doente. Lavo e passo, trabalho quanto posso, mas ganho pouco. Quatro filhos pequenos. Ignoro se já sabeis, mas nosso barraco não está resistindo às chuvas. Quando o vento atravessa as paredes rachadas, Joaquim piora, tosse muito. Não estou a queixar-me, meu pai, mas peço o vosso auxílio."

Sensibilizado, o mentor lhe disse para não temer, pois Deus não nos abandona. "Seus filhos serão sustentados e, muito em breve, você e Joaquim estarão numa casa grande", assegurou ele. Mariana afirmou confiar em Deus e em seu mentor, não sabendo, no entanto, que o instrutor se reportava ao próximo desencarne do casal quando, por merecimento genuíno, teriam novo domicílio na Vida Maior.

Ao retornar ao corpo físico, acordou e falou com o marido sobre as pessoas que tinha encontrado novamente em seu desdobramento. Contou-lhe que iriam ter mais um filho e que os dois iriam ter uma casa grande. Joaquim riu e disse: "Ah! minha mulher! Casa grande? Só se for no outro mundo!" E os visitantes desencarnados sorriram.

Um fato ocorrido comigo também serve para ilustrar o porquê dos sonhos. Na véspera de minha ida à cidade de Ipaussu, no interior de São Paulo, para ministrar uma palestra-aula, sonhara com uma prima já desencarnada e de quem eu gostava muito. Dizia ela, sentada no banco do carro, que iria nos acompanhar, já que tinha alguns assuntos a tratar na região (ela morou muito tempo em Avaré, cidade próxima a Ipaussu).

Na viagem de volta estavam no carro os meus dois filhos – na ocasião, adolescentes, e que me auxiliaram – e mais um carona. Transitávamos à noite pela rodovia Castelo Branco, a mais ou menos 100 km por hora, quando um dos pneus traseiros estourou. O carro rodopiou, mas consegui controlá-lo sem maiores conseqüências. Paramos na primeira borracharia, trocamos o pneu e só aí é que percebi o perigo que corremos. Graças a Deus, não aconteceu nada de grave, e instantaneamente, lembrei-me do sonho que tivera. Será que a minha prima viera para nos proteger?

Acredito que a maioria das pessoas deve ter passado por uma experiência dessa natureza: é só aguçar um pouco a mente.

Regulamentos

Outro aspecto que merece destaque com relação a esse tema é a questão das normas, regras, regulamentos e leis que os humanos criam com o propósito de ordenar as coisas. Assim, supostamente estariam resolvendo qualquer tipo de problema que venha a ocorrer. Essas regras podem ser brandas, severas, rígidas ou exageradamente rígidas, estas últimas muito usadas em questões militares. No entanto, muitas dessas regras, por serem criadas por humanos, não são perfeitas e, portanto, factíveis de erros, mesmo porque muitas vezes dependem de interpretação pessoal, o que pode ser um grande problema. Como exemplo podemos citar uma pendência judicial, na qual cada advogado quer provar que o seu ponto de vista na interpretação de uma determinada lei é a correta, e que a do seu oponente é errada; para dar razão a um ou outro, existe a figura do juiz.

O caso que ora reportamos tem o objetivo de enfatizar que o bom senso deve prevalecer em toda e qualquer situação, mesmo que com isso se venha a quebrar alguma regra. Desde que seja para ajudar alguém, sem prejuízo de outrem, certamente, terá o amparo da espiritualidade, uma vez que não se trata de rebeldia ou de satisfazer o seu ego, e sim de auxiliar o próximo.

Eu participava de uma formatura de jovens que tinham concluído o curso de Mecânica de Precisão da Escola Senai. Eis que sobe ao palco um jovem, andando com dificuldade e com deformidade congênita nas mãos. Ao meu lado, Walter, o diretor da escola me disse que aquele era o jovem sobre o qual já havia me falado em outra ocasião. Lembrei-me da conversa sobre o rapaz, que se chamava Vitor, e que tentou uma vaga para a escola do Senai, bastante disputada, uma vez que a escola é pioneira nesse tipo de curso, com equipamentos sofisticados para treinamento, fruto de um convênio com a Suíça; além de ser um curso gratuito, tão logo concluam os estudos, os jovens têm emprego quase certo.

Vitor tinha sido aprovado com distinção num desses vestibulares, mas para se matricular o jovem precisava passar por um rigoroso exame médico, feito na própria escola. Dada a natureza do curso, o candidato deve ter as mãos perfeitas, de modo que o drama do rapaz é que tinha sido reprovado no exame médico.

Walter desconhecia o fato, uma vez que se tratava de um exame de rotina, até que sua secretária lhe disse que um pai desesperado desejava conversar com ele. Muito jovem para o cargo, o diretor da escola era muito humano e tratava a todos que o procuravam com dignidade e respeito. Assim, recebeu o pai de Vitor, quase aos prantos. Ele disse que eram pobres, mas trabalhadores, dignos e honestos, e pediu sua ajuda. Walter disse que estudaria o caso e que voltaria a entrar em contato com ele.

Mais do que depressa, já refeito da surpresa, tratou de se informar com os seus subordinados a respeito do Vitor. Ficou sabendo de toda a história e concluiu que, em face do regulamento, a decisão tomada fora correta. No entanto, ele não se conformou com a situação, e ficou o resto do dia tentando encontrar alguma saída. Voltou para casa extenuado, não conseguiu jantar direito, e foi para a cama ainda preocupado com o que poderia fazer para resolver aquele problema. Se admitisse a matrícula, estaria quebrando o regulamento e outros pais poderiam reclamar, correndo ainda o risco de ser punido pela direção. Por outro lado, se fosse mantida a decisão, poderia estar lançando Vitor num futuro sombrio, com sua única "culpa" ter sido nascer com a deformidade.

Vencido pelo cansaço, dormiu e sonhou. Ao acordar, lembrava-se nitidamente do sonho, com riqueza de detalhes. Ele tinha sonhado com Aleijadinho, o grande escultor mineiro. Aleijadinho, Antonio Francisco Lisboa (1730 – 1814), nascido em Vila Rica, atual Ouro Preto, é considerado o maior escultor do período barroco, e recebeu o apelido por volta dos quarenta anos, quando passou a andar com dificuldades devido à hanseníase, que deformou suas pernas e mãos. Mas suas melhores obras são exatamente do período após contrair a doença. No sonho, o que mais chamou a atenção de Walter foi ver as ferramentas amarradas no que restava das mãos do artista, e a grande dificuldade que ele tinha para trabalhar. Essa cena lhe foi mostrada várias vezes.

Walter acordou com uma decisão tomada e, chegando à escola, pediu que chamasse Vitor e seu pai para conversar. Disse-lhes, então, mesmo indo contra o regulamento da escola, resolvera dar-lhe uma chance. Vitor seria submetido a um teste e, se aprovado, poderia se matricular. Ele devia demonstrar que teria condições de acompanhar as aulas práticas, apesar de seu problema físico. Para Walter, o que importava era que tinha feito o que o seu coração mandava.

Com grande esforço e sacrifício sobre-humano, Vitor conseguiu passar pelo teste e concluiu o curso com mérito, tendo sido escolhido o orador da turma. Em seguida, já iria trabalhar numa indústria.

Anos depois, encontrei o Walter, que não era mais o diretor da escola, e o assunto Vitor surgiu em nossa conversa. Walter disse que ele subiu muito na vida, havia se formado engenheiro e ocupava um cargo de destaque numa indústria.

Imaginem se Walter tivesse seguido o regulamento ao pé da letra? O que teria sido de Vitor?

Será que os espíritos tiveram alguma participação ou influência nessa história?

A resposta, cabe a cada um encontrar.


sábado, 17 de novembro de 2012

Persiste!



Antes que o dia termine, cuide para não deixar seus sonhos encostados no canto das lamentações, abandonados ao parecer do impossível.
Não sem ao menos tentar, não sem ao menos idealizar um plano de metas.
Triste não é o "não realizar", triste é o abandonar do barco, é nem começar a corrida, é o medo de ter medo, é o não tentar...

Persiste!

Ainda que as lágrimas impeçam a boa visão, ainda que as pessoas digam não, ainda que o tempo mude e o vento sopre para outra direção, ainda assim, o ponto final ainda pode ser reescrito, e é assim que os vitoriosos conseguem conquistar: quando vencem a si mesmos.

Não há segredo, nem mistério, há sim, uma força além do normal, um estado de confiança que ultrapassa as dificuldades, pois quem espera que a vida seja feita de pétalas, acaba se espetando no primeiro espinho, e sangrando desiste, e chorando se lamenta.

Persiste!

Segue esse caminho que você traçou, sabendo que toda montanha tem duas faces, logo depois da cansativa subida vem a descida, se está muito calor, logo vem a chuva, e depois do longo inverno, a Primavera traz o renascer.

O Sol ainda brilha lá fora, mas é preciso sair de casa para senti-lo!

Tenha coragem, persiste, ainda que seja noite, amanhã será o seu dia de brilhar!


Paulo Roberto Gaefke

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Confie Sempre!



Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. 
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera com paciência. 
Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo. 
Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.
Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia. 

Chico Xavier

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Livro dos espíritos


131. Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra?

“Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e bom se houvera criado seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo e que julgam agradá-lo por meio das abominações que praticam em seu nome.”